24 dezembro 2007

É Natal!!!

A juntar ao extenso, repetitivo e saturante rol de canções de Natal, cá fica o meu contributo. Feliz Natal para todos!

É Natal, é Natal, vamos consumir!
Dizem que não há dinheiro e eu começo a rir!

Crise já não há,
Podemos gastar
Centenas de euros
Para impressionar.

Perder a cabeça
Não tem mal nenhum,
Depois em Janeiro
Ficamos em jejum.

É Natal, é Natal, vamos consumir!
Dizem que não há dinheiro e eu começo a rir!

Todos para o shopping
Numa correria
Fazer as comprinhas
Até ao último dia.

Não importa quanto,
Importa é gastar!
Mas há certas coisas
Que não se podem comprar.
(que pena…)

É Natal, é Natal, vamos consumir!
Dizem que não há dinheiro e eu começo a rir!

(Provavelmente, a maioria de vocês vai concordar com a mensagem, mas para o ano a história repete-se...)

08 setembro 2007

Livros no lixo


Ora aí está um belo exemplo da forma como anda a cultura em Portugal. O que devia ser mostrado às pessoas anda assim; o que devia estar neste lugar anda por aí, nas televisões, nas rádios...

03 setembro 2007

Por (mais) um dia (triste)

"Perguntares como é que eu estou
Não é quanto baste,
Quereres saber a quem me dou
Não é quanto baste.

E dizeres «p’ra ti morri»
É um estranho contraste.
Nada mais te liga a mim,
Tu nunca me amaste.

Telefonas para saber
Como vai a vida,
E mais feres sem querer
Minha alma ferida…

E assim rola a minha dor,
Pássaro ferido
Que não esquece o teu amor
Estranho e proibido.

Deixa-me só por um dia,
Deixa-me só por um dia,
Minha fria companhia…

Dizes ser tão actual
Ficarmos amigos,
No teu jeito natural
De enfrentar os perigos.

Sem saberes que dentro em mim
Ainda arde a chama
Que não perde o seu fulgor,
Que ainda te ama.

Deixa-me só por um dia,
Deixa-me só por um dia,
Minha fria companhia…"




Ana Moura

27 agosto 2007

Cada vez mais aqui




"Queres lutar com quem?
Para doer aonde?
Para ser o quê?
Achas que ninguém vê?...

E p'ra quê fingir?
Porquê mentir e remar na dor?
Achas que ninguém vê?...

Também eu queria parar...
chorar... cair...
p'ra me levantar, p'ra te puxar!
Te fazer sorrir, não voltar a cair!...

Não me olhes assim, continuo a ser quem fui!
Cada vez mais aqui...
Não dances tão longe, que eu já te vi...

Também eu queria parar... chorar... cair...
p'ra me levantar, p'ra te puxar!
Te fazer sorrir, nãovoltar a cair!..."



Toranja

04 julho 2007

Trocam-se os afectos pelos números

No nosso mundo, os números são quem dita as leis da vida humana.
Troca-se dois minutos de conversa por uma corrida apressada para apanhar o próximo comboio. Troca-se um dia com alguém de quem se gosta (ou connosco próprios) por meia-dúzia de papéis. Troca-se um jantar romântico por uma reunião absolutamente inadivável e urgente, na qual somos altamente necessários e completamente insubstituíveis. Troca-se a honestidade por não sei quantos por cento de votos. Troca-se o humanismo, o respeito e a qualidade pelo máximo de audiências. Troca-se a calma pelo dinheiro. Trocam-se os dias úteis pelos dias inúteis, por falta de alegria. Trocam-se as voltas pelas idas... E como fica o coração? Fica com as voltas trocadas, claro está.
Já pensaram como seria se as trocas fossem ao contrário? Eu já... Seria bem melhor... já não peço todo esse utópico "se", mas pelo menos parte dele, aquela que não é assim tão inatingível... No fundo, temos medo que os números nos faltem. E quando nos apercebemos que afinal não precisamos assim tanto deles, quando percebemos que os números passam e a vida não pára, pode ser tarde demais.