Ora aí está um belo exemplo da forma como anda a cultura em Portugal. O que devia ser mostrado às pessoas anda assim; o que devia estar neste lugar anda por aí, nas televisões, nas rádios...
"Perguntares como é que eu estou Não é quanto baste, Quereres saber a quem me dou Não é quanto baste.
E dizeres «p’ra ti morri» É um estranho contraste. Nada mais te liga a mim, Tu nunca me amaste.
Telefonas para saber Como vai a vida, E mais feres sem querer Minha alma ferida…
E assim rola a minha dor, Pássaro ferido Que não esquece o teu amor Estranho e proibido. Deixa-me só por um dia, Deixa-me só por um dia, Minha fria companhia…
Dizes ser tão actual Ficarmos amigos, No teu jeito natural De enfrentar os perigos.
Sem saberes que dentro em mim Ainda arde a chama Que não perde o seu fulgor, Que ainda te ama.
Deixa-me só por um dia, Deixa-me só por um dia, Minha fria companhia…"