03 setembro 2007

Por (mais) um dia (triste)

"Perguntares como é que eu estou
Não é quanto baste,
Quereres saber a quem me dou
Não é quanto baste.

E dizeres «p’ra ti morri»
É um estranho contraste.
Nada mais te liga a mim,
Tu nunca me amaste.

Telefonas para saber
Como vai a vida,
E mais feres sem querer
Minha alma ferida…

E assim rola a minha dor,
Pássaro ferido
Que não esquece o teu amor
Estranho e proibido.

Deixa-me só por um dia,
Deixa-me só por um dia,
Minha fria companhia…

Dizes ser tão actual
Ficarmos amigos,
No teu jeito natural
De enfrentar os perigos.

Sem saberes que dentro em mim
Ainda arde a chama
Que não perde o seu fulgor,
Que ainda te ama.

Deixa-me só por um dia,
Deixa-me só por um dia,
Minha fria companhia…"




Ana Moura

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