21 maio 2010

Viva a crise

Apesar de serem vendidos ao simpático preço de 56 euros por dia, os bilhetes foram vendidos a muito bom ritmo, levando mais uma vez, à cidade do rock, largos milhares de pessoas.

Assim sendo, parece que, afinal, o panorama económico e financeiro do nosso país não é tão negro como o pintam, pois se há tanta gente disposta a dar 56 euros para um só dia de música ao vivo, sem contar com a despesa adicional que, provavelmente, fará dentro do recinto - quanto mais não seja, em alimentação – e se, por outro lado, um conjunto de empresas nacionais se predispõe a patrocinar as extravagâncias e os elevadíssimos cachets de muitos dos artistas de top mundial que nos vêm visitar, é porque as coisas não podem estar assim tão más. Ou estarão só para alguns?

Juntamos a isto o facto de, em cinco dias de concertos, apenas constarem cinco projectos nacionais no alinhamento do palco principal, cinco em 21 nomes: Mariza, João Pedro Pais, Xutos & Pontapés, DZRT e o sempre bem-vindo regresso dos Trovante. E o resto? É paisagem?

Se calhar o problema não está na carteira, mas na cultura. Viva a crise.